sexta-feira, outubro 19, 2012

Europeísta de Portugal?

Não sei se é estupidez, talvez teimosia ou ignorância, esta situação dá que pensar.

Os líderes do governo Espanhol e do governo Grego deslocam-se às cimeiras de líderes europeus para exprimirem, também, preocupação sobre o impacto social das medidas de austeridade. Por outro lado, Pedro afirma que não precisa de mais tempo, nem de dinheiro.

É certo que Portugal assinou um acordo que o vincula a duras medidas de austeridade. O acordo foi bem negociado? Com seriedade? As metas propostas eram realistas? Nunca o saberemos. A negociação do acordo foi o último capítulo da delirante festa Socrática.

Parto sempre do pressuposto que um acordo é para cumprir. Todavia, se esse acordo for lesivo dos meus interesses e dos interesses daqueles que dependem de mim, manifestarei a minha indignação, até que voz me doa. O silêncio de Pedro tem um custo incalculável.

Pedro é o Africanista de Massamá. Neste momento, era preferível um Europeísta de Portugal.

quarta-feira, outubro 17, 2012

Futebol e afins...

Ontem levei o Gonçalo à bola. Fomos ver o Portugal - Irlanda do Norte. Sem grandes expetativas, pensei que iria ver um razoável jogo de futebol, que constituiria um breve momento de catarse, abstração para a grave conjuntura económica, politica e social que atualmente assola o nosso país. Lá diz o ditado que quem morreu a pensar foi o burro. Não morri, mas saí cabisbaixo de um estádio onde já festejei muitas alegrias.

A seleção parecia o nosso executivo governamental. Sem norte, sem garra, sem ambição, com desprezo pelos 48711 adeptos que, não obstante as adversas condições climatéricas, se deslocaram ao estádio para aplaudir, sorrir, festejar…

Qual pacóvio de Boliqueime, também Paulo Bento errou no momento das substituições. Tardaram. O discurso patético, repetido vezes sem conta, insistindo no ponto que não temos nada a provar tem o efeito que se previa, um ponto em dois jogos. Os anémicos representantes da pátria deixaram no Dragão uma péssima imagem da nossa capacidade combativa e atiraram para os playoffs(?) a decisão de apuramento, que parecia, à partida, um objetivo facilmente atingível.

O fado português é fazer contas. Curiosamente, os resultados obtidos pelos estudantes portugueses nas provas de matemática não revelam particular aptidão para números! Na política, no futebol, nas restantes atividades em geral, somos incapazes de planear os momentos ou as tarefas sem recurso a contas habilidosas ou justificações de última hora, “se a Rússia perder um jogo…”, “Se Ângela Merkel facilitar a meta do deficit…”, “se o Ronaldo estiver inspirado…”, “se o Paulo Portas alinhar na coligação…”. É tudo triste. É tudo lamentável. É tudo quase inacreditável.

Ainda sobre o jogo, depois da troca de um cachecol com um simpático adepto da Irlanda Norte, estava reservada a surpresa final. A cereja no topo do bolo. Por razões que desconheço, mas a todos os níveis injustificáveis, estivemos 1:30 (uma hora e trinta minutos) à espera de um metro que nos levasse da Estação do Estádio do Dragão à Estação de Campanhã. A qualidade de serviço destas empresas públicas, que sujeitam os seus clientes a longas filas de desespero, sem resposta razoável às justas interpelações de quem espera, são típicas de um país de 3.º mundo, que, por muito que me custe afirmar, é o nosso.