Artur Batista da Silva...

Artur Batista da Silva, já conhecido de muitos sportinguistas, apareceu a público na passada semana (SIC Notícias), comentando a atualidade política e financeira. Atributos não lhe faltavam: CV invejável - mestre e doutor, integrante de uma missão especial da ONU para a Europa do Sul, discurso articulado, cartão de visita XPTO, etc., etc…


Subitamente, após uma análise mais aprofundada mas não exaustiva, percebemos que podemos estar perante uma fraude. Nicolau Santos, que não é jornalista há dois dias, afirma-se embarretado e reconhece um falhanço profissional inadmissível.

Pois é, já conhecemos muitas histórias de equívocos deste género, nomeando alguns:

1- Eng.º Sócrates, que afinal não era engenheiro (!?);
2- Dr. Relvas, cujo impressionante CV profissional permitiu equivalência a uma licenciatura;
3- Doutor Artur Batista da Silva, enviado especial da ONU para a Europa do Sul.

O que ainda não conhecemos é a atitude que se impunha para os casos expostos:

1- Enquanto cidadãos, reagimos apáticos em relação à licenciatura de Sócrates;
2- O Primeiro Ministro ainda não demitiu Miguel Relvas;
3- Balsemão não demitiu Nicolau Santos.

Ah, esta falta de verticalidade, afinal, não se confina apenas ao poder político. Os melhores jornalistas da nossa praça (!?) não aplicam a si próprios as mesmas atitudes que exigem aos políticos. Nicolau Santos demitiu-se? Ficará agora fragilizado nas análises futuras.

Ouvia e lia com muita atenção os artigos publicados por Nicolau Santos nos media. Vou continuar a ouvir e a ler, mas com redobrada reserva intelectual, não volta a enganar-me.

Apesar do meu modesto CV, permitam-me lançar daqui um apelo a Francisco Balsemão, cautela com este jornalismo básico, sensacionalista, conduzido por jornalistas capazes de erros básicos e suportado em analistas politico-financeiros de trazer por casa(!?). O Grupo Impresa é muito mais que os Nicolaus e os Ricardos…

Europeísta de Portugal?

Não sei se é estupidez, talvez teimosia ou ignorância, esta situação dá que pensar.

Os líderes do governo Espanhol e do governo Grego deslocam-se às cimeiras de líderes europeus para exprimirem, também, preocupação sobre o impacto social das medidas de austeridade. Por outro lado, Pedro afirma que não precisa de mais tempo, nem de dinheiro.

É certo que Portugal assinou um acordo que o vincula a duras medidas de austeridade. O acordo foi bem negociado? Com seriedade? As metas propostas eram realistas? Nunca o saberemos. A negociação do acordo foi o último capítulo da delirante festa Socrática.

Parto sempre do pressuposto que um acordo é para cumprir. Todavia, se esse acordo for lesivo dos meus interesses e dos interesses daqueles que dependem de mim, manifestarei a minha indignação, até que voz me doa. O silêncio de Pedro tem um custo incalculável.

Pedro é o Africanista de Massamá. Neste momento, era preferível um Europeísta de Portugal.

Futebol e afins...

Ontem levei o Gonçalo à bola. Fomos ver o Portugal - Irlanda do Norte. Sem grandes expetativas, pensei que iria ver um razoável jogo de futebol, que constituiria um breve momento de catarse, abstração para a grave conjuntura económica, politica e social que atualmente assola o nosso país. Lá diz o ditado que quem morreu a pensar foi o burro. Não morri, mas saí cabisbaixo de um estádio onde já festejei muitas alegrias.

A seleção parecia o nosso executivo governamental. Sem norte, sem garra, sem ambição, com desprezo pelos 48711 adeptos que, não obstante as adversas condições climatéricas, se deslocaram ao estádio para aplaudir, sorrir, festejar…

Qual pacóvio de Boliqueime, também Paulo Bento errou no momento das substituições. Tardaram. O discurso patético, repetido vezes sem conta, insistindo no ponto que não temos nada a provar tem o efeito que se previa, um ponto em dois jogos. Os anémicos representantes da pátria deixaram no Dragão uma péssima imagem da nossa capacidade combativa e atiraram para os playoffs(?) a decisão de apuramento, que parecia, à partida, um objetivo facilmente atingível.

O fado português é fazer contas. Curiosamente, os resultados obtidos pelos estudantes portugueses nas provas de matemática não revelam particular aptidão para números! Na política, no futebol, nas restantes atividades em geral, somos incapazes de planear os momentos ou as tarefas sem recurso a contas habilidosas ou justificações de última hora, “se a Rússia perder um jogo…”, “Se Ângela Merkel facilitar a meta do deficit…”, “se o Ronaldo estiver inspirado…”, “se o Paulo Portas alinhar na coligação…”. É tudo triste. É tudo lamentável. É tudo quase inacreditável.

Ainda sobre o jogo, depois da troca de um cachecol com um simpático adepto da Irlanda Norte, estava reservada a surpresa final. A cereja no topo do bolo. Por razões que desconheço, mas a todos os níveis injustificáveis, estivemos 1:30 (uma hora e trinta minutos) à espera de um metro que nos levasse da Estação do Estádio do Dragão à Estação de Campanhã. A qualidade de serviço destas empresas públicas, que sujeitam os seus clientes a longas filas de desespero, sem resposta razoável às justas interpelações de quem espera, são típicas de um país de 3.º mundo, que, por muito que me custe afirmar, é o nosso.

Orçamento de (Det)Estado...

Ficará na minha memória o dia em Pedro Passos Coelho anunciou ao país o orçamento de estado para 2012, que continha medidas para 2013.

Estes discursos que, contêm medidas de austeridade, aparentemente justificadas, esbarram sempre em investigações avulsas realizadas por orgãos de comunicação social.

Vejamos:
- Chefias das policias aumentam vencimento em segredo;
- Subvenções dos políticos (aqueles que nos trouxeram até aqui) não sofrem penalizações (agora parece que já sofrem);
- CP remodela frota de viaturas de administradores (eram precisos 150.000€ para a linha do Douro);
- Responsáveis pelos buracos do BPP e BPN continuam sem punição. Nem o Isaltino é punido quanto mais um banqueiro. Ainda falamos em levar à justiça o governo de Sócrates;
- Politicos recebem avenças milionárias da RTP. Lembram-se da socialista Ana Gomes (arauta da honestidade), também recebe uma avença(zita).

Há muito mais situações escabrosas. Falta coragem a este governo. É prioritário acabar com estes casos, MORALIZAR. Até lá, vamos todos achar que estes sacrificios são em vão. Para o ano estaremos certamente pior do que hoje.

Havia imensos projetos pessoais em carteira para 2012, outras tantos para 2013. Foram todos congelados. Não percorro o mesmo trilho de Passos Coelho, a nosso bem, desejo-lhe boa sorte.

Poesia...

José Carlos Ary dos Santos. Porquê hoje? Não sei, achei bonito.

http://www.youtube.com/watch?v=_gdt4srI0A4&feature=related

Ary Dos Santos - "Quando Um Homem Quiser"

Tu que dormes a noite na calçada de relento
Numa cama de chuva com lençóis feitos de vento
Tu que tens o Natal da solidão, do sofrimento
És meu irmão amigo
És meu irmão

E tu que dormes só no pesadelo do ciúme
Numa cama de raiva com lençóis feitos de lume
E sofres o Natal da solidão sem um queixume
És meu irmão amigo
És meu irmão

Natal é em Dezembro
Mas em Maio pode ser
Natal é em Setembro
É quando um homem quiser
Natal é quando nasce uma vida a amanhecer
Natal é sempre o fruto que há no ventre da Mulher

Tu que inventas ternura e brinquedos para dar
Tu que inventas bonecas e comboios de luar
E mentes ao teu filho por não os poderes comprar
És meu irmão amigo
És meu irmão

E tu que vês na montra a tua fome que eu não sei
Fatias de tristeza em cada alegre bolo-rei
Pões um sabor amargo em cada doce que eu comprei
És meu irmão amigo
És meu irmão

Natal é em Dezembro
Mas em Maio pode ser
Natal é em Setembro
É quando um homem quiser
Natal é quando nasce uma vida a amanhecer
Natal é sempre o fruto que há no ventre da Mulher

Os homens da luta ganharam o festival...

Era o que todos esperavam. Depois de os eruditos terem premiado uma canção eis que o voto popular altera radicalemnte a tabela classificativa e lá do fundo, surgem os homens da luta, que dão voz ao povo, para mais um brilhante festival da canção, à Portuguesa.

É pá, tirem-me dali a Silvia Alberto. Aquilo é tudo artificial, como se vê, a rapariga não consegue articular uma frase de jeito quando o guião é alterado.

Querem saber quem é a mãe do filho do Cristiano Ronaldo?

Perguntem ao Queiróz